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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

METRALHA O CULTIVO DA DOR


 Calada muda, neblina e fumaça, terra e poeira pairando no ar, o silêncio toma conta do lugar e por onde passas tudo em câmera lenta começa a rodar, não sei se estou apagando ou se o cheiro forte do atrito da pólvora com o fogo esta a me sedar, vejo em mim mil feridas vejo sangue sobre a blusa branca, quanto mais diminui o silêncio e a poeira, mais eu posso ver e sentir que uma explosão causou em mim, e sobre aqueles que não puderam se levantar, uns por dor e outros por não mais respirar, me vejo aqui todo ensanguentado, calado, sobre o asfalto quente e pedaço de concreto sobre muita gente, que ainda se rugi em tos desconhecidos, pedindo para serem atendidos, e por fim tirar de si essa dor, me vejo no meio da rua mas preso por aqueles que tentam gabar a paz com pedaços de metais que se retalha a carne dos inocentes, inocentes pois só queria mais um dia pra sonhar, e um futuro para se realizar, deitado se cala um sonhador, deitado se um corpo quente, frio se torno, e por traz da culatra se esconde os olhos de quem os matou, e sobre o teu semelhante o dedo se dobrou, iniciando a poeira, pólvora e fumaça. Calada fria madrugada, onde se perde a vida no meio da estrada, dor desconhecida que se cala a vida de um inocente, inocente que se perde os sonhos por ambição de muita gente. A paz só se encontra no amor, a guerra se refaz a dor o ódio e o rancor. 
 Sou rebelde que se cala, sou o tímido que retalha, sou o grito do amor que em silêncio fala, sou a vida sobrevivendo sobre os dias de berros de metralha.



D.J. "Darley Soares"

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