Calada muda, neblina e fumaça, terra e poeira pairando no
ar, o silêncio toma conta do lugar e por onde passas tudo em câmera lenta
começa a rodar, não sei se estou apagando ou se o cheiro forte do atrito da pólvora
com o fogo esta a me sedar, vejo em mim mil feridas vejo sangue sobre a blusa
branca, quanto mais diminui o silêncio e a poeira, mais eu posso ver e sentir
que uma explosão causou em mim, e sobre aqueles que não puderam se levantar,
uns por dor e outros por não mais respirar, me vejo aqui todo ensanguentado,
calado, sobre o asfalto quente e pedaço de concreto sobre muita gente, que
ainda se rugi em tos desconhecidos, pedindo para serem atendidos, e por fim
tirar de si essa dor, me vejo no meio da rua mas preso por aqueles que tentam
gabar a paz com pedaços de metais que se retalha a carne dos inocentes,
inocentes pois só queria mais um dia pra sonhar, e um futuro para se realizar,
deitado se cala um sonhador, deitado se um corpo quente, frio se torno, e por
traz da culatra se esconde os olhos de quem os matou, e sobre o teu semelhante
o dedo se dobrou, iniciando a poeira, pólvora e fumaça. Calada fria madrugada,
onde se perde a vida no meio da estrada, dor desconhecida que se cala a vida de
um inocente, inocente que se perde os sonhos por ambição de muita gente. A paz
só se encontra no amor, a guerra se refaz a dor o ódio e o rancor.
Sou rebelde que se cala, sou o tímido que retalha, sou o
grito do amor que em silêncio fala, sou a vida sobrevivendo sobre os dias de
berros de metralha.
D.J. "Darley Soares"
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